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terça-feira, 26 de abril de 2011

Pêssego



Claves de Sol, tons de amor: Registros no coração
Gosto de beijo, sentir o sabor dos frutos de pessegueiros
Formas e cor à luz do sol, cheiro em água na boca
Desejo enfim, o paladar em doces mordidas pro saciar
Vento no rosto, calor de corpos
Poema de encontro, a dois o presente:
Um "que" do que basta, o querer desse estar.

Nada mais do fazer, a não ser
Cultivar e colher, depois comer
Sentir que veio sem perguntar
Tão bom de deliciar.
É tão bom saborear
Bom é te degustar.

Gestos e sentidos em sutilezas
Nesse presente agora, antes e depois
É só alma a sorrir.
Aglutinando o tempo
Na delicadeza de um momento
Muito mais que isso...
Essa força interage eu e você
Perfeição em sabor.


                                                                       (Vasconcellos, L. E. P.)

domingo, 24 de abril de 2011

Sobre a Páscoa


      A Páscoa  é um  termo que vem do  hebraico, Pessach no original, que significa  em termos gerais, “uma passagem” que em muitas religiões antigas do oriente médio significava  a passagem das estações onde eram feitas grandes oferendas aos deuses, seja para comemorar os frutos colhidos ou para acalmar a ira deles nos anos menos generosos. A tradição judaica, alega que seus ancestrais  judeus que viveram a muito tempo, foram escravos no Egito, a Pessach   dos judeus foi comemorada de outra forma,  ao invés de comemorar olhando para o abstrato,  para as divindades de temperamentos inconstantes,  a sentiram em sua carne! Quando sua fé os fez decidir pela liberdade, tomar a frente da rédea e ter independência, graças ao socorro de D’us. A famosa história de Moisés no Egito, as  pragas  e a liberdade da escravidão, são um arquétipo da passagem de uma difícil situação de escravidão para uma difícil situação de liberdade, e a vida acaba sendo assim muitas vezes. 
      Com a Pessach  ao fundo, a tradição Cristã prega que um homem muito importante, quase um enigma, também falou de liberdade á 2000 mil anos e a viveu profundamente. Esse homem decidiu passar realmente para outro nível de vivência, outros valores, outra visão de mundo. Diferente dos nossos instintos mais caseiros, muito além da religião na maioria das vezes ineficaz para alma. Isso o acabou levando a conseqüências muitos graves, uns dizem que ele foi morto, outros dizem que ele se entregou de bom grado. Acredito nos dois.  Nos dias de hoje muitos se focam  nos chocolates e na continuação da história que culminou com a Ressurreição de Cristo. Eu particularmente prefiro me focar nos chocolates e no momento antes da morte.
     Foco nisso, pois, o Jesus que viveu, chama a atenção de todos os homens, dos ateus, socialistas, capitalistas, bêbados, padres, pai de santo, todos o admiram como pessoa, os próprios judeus dizem que foi um dos maiores mestres.  Ele antes da morte é Um Ser mais Universal, Cristo pós-morte é mais para os cristãos e sempre causou muitos problemas teológicos, pessoas se apossaram de sua presença e imagem, a Igreja e suas inúmeras atrocidades passadas em nome de Cristo além de sua atual fome por dinheiro sob a benção do senhor Jesus se iguala as grandes empresas dos nossos dias  e distorcem o que era inteiramente reto. Mas o Cristo antes da morte, continua  encantando a muitos, não só com seu amor utópico, mas com um peso de vida que foi incomum.
    O sentido profundo que a Páscoa revela  é que uma prisão difícil deve ser substituída por uma  difícil liberdade.  A liberdade hoje é confundida com libertinagem e orgias  experiências em  suas inúmeras esferas sensoriais, o  afeto, o sentidos, etc. A liberdade é sinônimo de mergulho,  de verticalidade, tem um sentido de mergulhar fundo em algo que é constante, mas não é dominado nem é criado. A liberdade contemporânea pregada por ai, na verdade não é liberdade, não digo isso temendo que com a exaltação da liberdade muitos “pirem  o cabeção”. Mas digo por que realmente são conceitos diferentes habitando numa mesma palavra. A liberdade de hoje não é verticalidade e sim horizontalidade, que é   busca por experiências sensoriais, mentais, etc. è querer experimentar aquilo que dessa” Terra pode  brotar”, isso não é necessariamente ruim, mas não é liberdade é horizontalidade a Liberdade não quer o que brota da Terra e sim o que faz a Terra brotar, o que está no imanente.  No cristianismo devemos ter os dois  vetores: verticalidade e horizontalidade, mas a Páscoa nos revela o profundo significado da Verticalidade, do mergulho, do além que construímos, além de nossas proteção e imagens mentais que nos dão um terreno a pisar.
  Com isso desejo boa passagem a todos, Boa Pessach ,para que a Verticalidade  completar a Horizontalidade.
                                                                                (Maicon Fecher)