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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Presença na ausência



Compaixão, uma das palavras mais importantes. Seu significado nos remete a capacidade de sentirmos juntos.
Nesses momentos de despedidas sob baladas de eternidade, é preciso mais que nunca ter compaixão com nossa finitude. Só sentimos na certeza desse momento corpo. Somos corpo, e é nele que expressamos a alma, uma doçura divina que sem o corpo gera um profundo silêncio de expressão, mas um barulho tremendo ao nosso corpo que senti apenas por meio seus cinco sentidos. Por isso, é conveniente ter compaixão com o corpo que na sua condição manifesta a certeza de uma saudade, estar órfão por sentir o outro amado como que ausência. Contudo, esse sentimento de ausência também revela o importância do outro, revela a beleza do nosso amor, o quanto queríamos de novo abraçar, sentir com o corpo. Temos nesses momentos de despedida a certeza da real importância do outro em nossa vida. E incrivelmente, temos a ligação e uma presença de alma onde o portal é exatamente o amor, pois nele não há a despedida, nele está condensado toda a presença do outro, tão amado.
O amor, nosso sexto sentido, é preciso ser observado com clareza, pois nele tão sentido na alma ainda corpo, ainda que maquiado de saudade que não pode ser desfeita, não há mais o encontro, há a certeza do outro como presença. Nessa morada, chamada amor, não há nem passado, nem futuro, permanece o laço comum, pura compaixão, pura unidade. Talvez uma prerrogativa divina em nós, "onde seremos NELE e ELE será tudo em nós", uma condição de presença feliz e eterna antecipada na morada (amor) de cada coração. O que de certo modo, faz do coração sinal e lugar dessa eterna presença do outro. Assim o coração, espaço de pura alma, contraria os limites do corpo à realidade do estar sempre juntos. Essa realidade só será percebida ao vir da calmaria, por isso é preciso respeitar a condição corpo que tanto nos serve na descoberta do amar. E sempre de novo nos conduzirá à além de agora. Mas agora é apenas tempo para a compaixão, ternura e deixar que a Graça aja por ela mesma.

Sinceros sentimentos!

Luciano E. P de Vasconcellos