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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

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quarta-feira, 10 de junho de 2020

Ep.0 - O Pensar considerando - Apresentação


                             Se preferir escute o podcast aqui:
                             


  1. Olá, eu sou Luciano Vasconcellos, estudei filosofia e teologia, vivenciei de perto a espiritualidade franciscana entre os frades menores conventuais. Nesse período, tive a alegria de experimentar o espírito do conhecimento como uma dimensão devocional. Tudo se encaixava como uma luva com meus anseios dos tempos de criança e as lembranças de olhar para estrelas... eram tantos pontos de luz..., Com a vida franciscana, veio a oportunidade de ouvir e compartilhar experiências de luzes e sombras de tantas e tantas pessoas. Concretamente, a alma humana ia se apresentando a mim com sua pluralidade de sentidos, cada experiência era um conjunto de relações explicitando dores e alegrias, mundos se descortinando. Os problemas, os estados, as circunstâncias, as mentalidades e as alternativas destas pessoas ou meus se tornavam vias de possibilidades do devir.

  1. Entre eles, também pude experimentar um peculiar ambiente de debates, foram muitas querelas que desafiaram e amadureceram convicções enquanto afiavam as lâminas do pensamento. Era um ambiente formativo para a vida, que evocava a outras percepções, tudo era estimulante ao desenvolvimento e plasticidades da mente. A singularidade daquele estilo de vida era internamente plural, com pessoas de diversas culturas sob a aspiração poética inerente àquela espiritualidade. Afinal, pude observar, que as querelas sempre fizeram parte da vida franciscana compondo um sentido sustentado por uma base amorosa, onde se crê que tudo é uma oferta da graça.  Nesse sentido era presente uma adesão a um tipo de rigor intelectual vivido, em tudo estava escrito os sinais do Divino...

  1. A Intelectualidade devocional franciscana foi um segundo portal de aprofundamentos  em perfeita concomitância com a academia. O diferencial era que na vida conventual, tudo acontecia de modo natural, fazia parte do dia a dia, da cozinha, da mesa do jantar... Graças a velha disputatio, como faziam os mestres medievais do século XIII, as questões de hoje eram enfrentadas com o mesmo espírito. Eu adorava vivenciar as argumentações e ouvir os ensaios que saíam dos corações.

  1.  Havia momentos em que, alguns ânimos se alteravam nos tropeços das paixões, das certezas assumidas sem muitos mais, era a hora de pegar a si mesmo, permitir-se confrontar e, direcionar-se  a uma imparcialidade para superar a vaidade da certeza, ou se fechar. Mas aquela circunstâncias, em si  faziam com que a porta ficasse aberta, até mesmo para os espíritos dados a teimosia, o quais sofriam pouco ou muito.. Porém dali, inevitavelmente, contemplava -se vestígios de outros horizontes, isso não tinha preço pra quem tinha sede de conhecer.  As divergências, ainda que fossem incômodas, aguçavam uma unidade no caminho de um processo de amadurecimento, e volta e meia as questões em aberto eram retomadas. Era um ambiente  de um grande exercício do pensar. Divergências, acertos, ponderações eram reais motivações para conhecer mais e mais. Eu via isso com bons olhos, o que trouxe-me libertações. E o mais legal! Entre bate papos e bate papos, havia uma sede de fundamentações que posso afirmar que até mais rigorosos do que a academia, pois os sentidos da vida estavam em jogo. Isto por si só traz uma mensagem ao mundo..

  1.  Sem dúvida, os conteúdos e a vida na academia promovem o desenvolvimento de um pensar amadurecido, mas decididamente, não lhe é uma exclusividade. O  cotidiano daquela vida franciscana testemunhava outra realidade, vivia-se na pele o estímulo ao desenvolvimento intelectual e a consciência dos sentidos da vida, não bastava a memorização de conteúdos e bons resultados nas atividades acadêmicas ou uma excelente erudição do legado, era preciso saber articular… Muitos ali aprenderam a pensar sobre o legado e a relação com dados atuais, estávamos mentalmente vivos, extrapolávamos “programações”....

  1. Esta vivência na prática trouxe-me a compreensão de que o desenvolvimento formativo, a transmissão e a produção do conhecimento, incluindo todos os níveis, não deve ser uma exclusividade da acadêmia,  mas, sim, algo que lhe é constitutivo como guarda, proliferação e produção de saberes.  A primazia é do pensar presente em cada indivíduo, ele funda e transpassa a academia, como qualquer outro setor da sociedade, a maturidade do pensar não pertence a ela como pode parecer. A formação humana é um processo contínuo intersectando tudo que se concebe e produz, tanto material quanto cultural. O pensar é presente no dia a dia do Homo sapiens sapiens, o Pensar Considerando nasce desta consciência “con-sentida”, e  expressa uma experiência pessoal que desejo compartilhar com denominação.

  1. Olhando ainda mais para trás,  tudo começa com as dádivas dos estímulos, primeiro  na infância. Os livros da estante de casa, brincaram muito comigo, foram muitos informes das coletâneas como “Tesouro da Juventude”, Barsa e Life, quantas e quantas horas trago na memória, eu e aqueles livros sendo revirados a cada curiosidade, algumas vezes causadas pelas conversas dos adultos, a cada descoberta que eu admirava... Hoje, sem esquecer dos livros, continuo abrindo o Google, basta uma dúvida, e o mundo virtual está aí a nos servir.. 

  1. Dando um pulo, na fase adulta, nas experiências da vida vieram o curso de filosofia, o de teologia,  e a querida filosofia clínica, que considero uma vanguarda que dirrime preconceitos, vindo adornar a motivação do exercício do livre pensar que denomino como pensar considerando. Pois trata-se de um querer conhecer a partir das relações, um acontecer com ciência  e percepção acolhedora dos sentidos, seja dos corpos quanto das almas e seus anseios, para que na finitude humana possa servir-se na mesa dos signos, significados e ressignificados, do permanente ao  criativo… Vai por aí! Portanto pensar considerando serve-se da academia, das  culturas, do cotidiano, dos acontecimentos, das idéias, dos sentimentos, dos encontros e das interseções.  É um modo de articular e transitar entre o que está expresso e a independência de acolher, manter, aprimorar e até superar os sentidos, sob o foco de uma sobriedade entre o que se conserva e o que progride. Entre erros e acertos do caminho que a meta seja sempre por uma ética de um livre pensar sem enclausuramentos de preconceitos, mas acolhedora das diversas modalidades de ser e suas expressões desde que respeitem as outras existências e manifestações como garantia de si e das outras. Nesse sentido, pensar considerando é uma abertura ao cocriativo que não cessa, é um por-se  na dimensão de um pensar inclusivo, que distingue mas não exclui… Faz escolhas sem destruir. Em pensar considerando uma identidade só existe por razão da diferença, entendendo a diversidade como a possibilidade do essencial, não acolhê-la é negar  o que viabiliza o reconhecimento e a expressão da própria identidade…  Algo para reflexão atual, uma vez que o identitarismo excludente, é uma das causas de sofrimentos numa conjuntura coletiva atual... Inconsequentemente,  reduzem a realidade e as idéias em suas visões de mundo etnocêntricas, assim desrespeitam a complexidade e conhecimentos que ultrapassam seus muros. 

  1. Pensar Considerando também é um modo de refletir acolhedor das artes, da ciências, das religiões e de tantas, e tantas outras expressões singulares da beleza humana, entre cores,  sombras e luzes, dores e alegrias, todas elas estão permeadas de busca e criação de sentidos. A rigor, não é possível, pensar considerando sem apreender os sentidos do que se quer pensar, sem isso não há consideração, não se vê estrelas brilhando, e sem as luzes, nada há do que trevas.  Pensar Considerando, é uma atitude ética do pensamento que não se fecha em si mesmo, admite sistemas, mas apenas como fragmentos da totalidade, sempre parcialmente apreendida. 

  1. Convido você a participar desta perspectiva. venha trilhar comigo, acompanhe este podcast, Contribua com seu olhar, e se possível seja um apoiador desta iniciativa. O desejo é multiplicar horizontes para um mundo responsável e acolhedor! Iremos compartilhar e receber! Vem aí uma série de questões, reflexões, leituras, entrevistas, espiritualidade, ciência e arte. E contamos com sua participação.

  1. Fiquemos mentalmente Vivos!

  1. Seja muito Bem vindo!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O tempo das Informações Terceirizadas - o raso pensar é real?

     .                                                               Quando não se sabe das influências recebidas e o que se gera de influências, o indivíduo se encontra condenado a inconsciência da realidade vivida.

Tristemente, poucos entenderão, algo falta!
Quando um candidato decide, não participar de um debate político, num determinado caso, é sem dúvida a melhor estratégia política quando se tem a maioria da opinião pública do seu lado.
Segundo o olhares populares, de onde se pode descrever que há duas compreensões figurativas no atual momento do Brasil, temos de um lado, um "endeusado grandioso" e do outro um demonizado "representando um ex-grandioso" em explicita oposição. Interessante como ponto comum, parece que ambos leram e entenderam os clássicos da humanidade que tratam de como buscar, gerenciar e manter o PODER, ou tem em comum a pura sorte carismática, ou o mais provável - tem uma assessoria de profissionais. Mas isso é apenas um ponto inspirador para tratar de um fenômeno que engloba a meu ver, inevitavelmente, a todos do século XXI.
Em prol do entendimento, começo com uma pergunta, qual será a estatística entre o povo brasileiro dos que leram e entenderam ao menos algo da obra, O Príncipe de Maquiavel? Quantos sabem da existência de um pequeno e lúcido livro como o Breviário dos Políticos do Cardeal Mazarin? Imagina, se agora, com tantas influências de dogmas religiosos no legislativo se ao menos ouviram falar dos conceitos de Poder Temporal e o Poder Espiritual segundo o "rebelde católico", Guilherme de Occam, o qual nesse quesito influenciou leitores nada menos que os pais do protestantismo? Todos esses conteúdos são saberes agora dissolvidos como ferramentas para manobras por muitos profissionais competentes. Incrível como em 2018 os corpos sejam e se mantem tão doceis, plena era de livre acesso as informações onde o indivíduo pode se sentir livre e com uma infalível capacidade certeira de opinião. Que produto somos? Quem somos como filhos do próprio tempo?
Testemunho essa realidade. Por acaso, você que lê este texto, já leu ou entendeu algo daquelas obras? Podem ser distantes, mas ofertam profundidade. Mas o que é isso profundidade? Em acidental oposição a um atual tipo raso de pensar, útil e rápido que quantitativamente vem prevalecendo e trazendo uma sensação de que cada um de nós sabe bem de tudo, ao menos um pouco , traz uma satisfação sem precisar do ir pouco mais. Assim temos por consequência um mundo de pretensos sábios, todos se sentem sábios portadores de inúmeras informações, nada mais que isso. estamos num mundo em que a sagrada liberdade de expressão se confunde com um pseudo íntegro saber. O raso pensar se tornou uma normose (uma patologia da normalidade) definitivamente não temos todos as mesmas competências, nem no pensar de onde vem nossas livres expressões, quanta pretensão pensar o contrário, não somos oniscientes. Mas esse tempo, mais uma vez prova o quanto cada um de nós facilmente pode-se tomar por alienação.
Talvez, o dinheiro não seja mais o maior motivador de idolatrias, mas o raso pensar, quem sabe? Em efeito coletivo com certeza é. O raso pensar atual é como uma doença que se espalha, silenciosa, invisível, NÃO É FRUTO DA IGNORÂNCIA POR FALTA DE DADOS, se dá por efeito do excesso de informações fragmentadas, instrumentalizadas e articuladas, sobre a falsa sensação de verdade segue sobrepondo-se sobre a ausência de uma reflexão aprofundada (UMA ÓBVIA QUALIDADE HUMANA) que exige tempo. O dano é que este estimulado raso pensar, o que não acredito ser um projeto conspirador, mas uma seguela do próprio tempo, inevitavelmente, segue gerando seus efeitos nas pessoas e na sociedade.
Parece que este raso pensar, em alguma esfera é um dado comum a todos nós, tornando-nos todos em
autoridades que não se dão conta de seu comando influenciador, um mundo onde os excessos de informações entre "fakes" e "truths" se misturam sobrepondo a um saber evolutivo, e portanto, em contínua construção. Um mundo onde se compra e vende informações via terceirização, onde muitos apenas reproduzem um mesmo, ou seja, alguém pensou primeiro por você, opinou primeiro por nós, e o resultado segue se desdobrando sem uma tomada de consciência, e sem essa ciência não há crítica. Nesse caso, os sentidos e compreensões estarão na maioria das vezes camufladamente predeterminados, não escapando nem os intelectuais, salvo suas especialidades e exceções, afinal a alma humana tem suas imprevisibilidades e que bom! Mas o fenômeno dos consumidores de informação seguem influenciados por ideias que alguém às sintetizou por ele, por mim, por nós. Onde está o filtro?
De algum modo, somos todos vitimizados ao efeito das "terceirizações bombardeando informes" amplificando o raso pensar. Esse fato, me faz pensar que assim se criou um novo tipo de massa de manobra, a dos bem informados, definitivamente não são ignorantes, mas provam que uma cultura de informação ainda é insuficiente ao espírito critico, discernente ao bom senso. Considerando isso uma constatação, torna-se compreensível as mil teorias de conspiração pseudo-fundamentadas a cada instante contrariando os fatos da historicidade. Todas essas falsas teorias estão manqueadas de lógicas e muita inteligência. Fato muito grave, pois estas só se mantem por efeito de crenças em equívocos sentidos como verdade e multiplicados por sensacionalismos nas redes de comunicação, o que justificam qualquer adesão pessoal e a integridade de caráter individual delimitado por sua própria realidade.
Vivemos um banquete de informações, onde vários atributos humanos são os convidados. Antagonicamente, entre os convidados, em posição de destaque os gêmeos, o Mal e o Bem estão se servindo na mesma mesa do banquete da Inteligência, e o ditado popular: "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come" é a descrição perfeita desse dilema experimentado em nossa sociedade, um fenômeno que perpassa a vida de todos, explicitado como nunca na esfera das atuais campanhas políticas pelo mundo, mais que uma precisa ressonância, nas redes sociais têm-se tudo explicitado, conflitos, crenças e opiniões que revelam uma expressão quantitativa do raso pensar, um efeito das bases da mentalidade que caracteriza o tempo atual. Mas há esperança, pois nesta mesma mesa ainda há um lugares reservados para outros importantes personagens. Entre tais, há um convidado mais rebelde, tanto para o Bem quanto para o Mal, o Discernimento está a porta e parece ter fome. No momento apenas bate a porta, enquanto visualiza suas denúncias pelo olhar de fora, mas quer entrar. Os outros convidados, torcem pra que sua irmã, Prudência esteja junto dele, pois senão a briga será muito feia. Toda briga tende a consequências ruins para todos os lados. Mas de qualquer modo, na mesa da Inteligência estão todas as nossas possibilidades concretas de realizações e transcendência sobre o efeitos das fontes do raso pensar que seguem escravizando Astúcia em sua própria cama, a qual sempre gostou de implicar com a Liberdade. Nessa história podemos ser um porta aberta ou trancada. A escolha é nossa.
O mal do raso pensar é que ele se dá na humanidade sem culpa, sem percepção imediata, o meio naturalizado por esta cultura direciona estimula as mentes instituindo e alimentando o raso pensar. Este em sua natureza exclui a necessidade de aprofundamento que estaria na contramão do estilo de vida atual na sua exigência de eficácia de produção. Aprofundar, sair da superficialidade exige tempo, tornou-se de novo ociosidade, mera curiosidade, longe de gerar pessoas com mentalidades autônomas, precisa-se de gente funcional, esta é meta, o humano não se reduz ao funcional. Aprofundar não é prático, não é rápido, e tempo é dinheiro, pra que engrandecer a alma? Onde está o tempo e a disponibilidade ao livre empenho em direção as raízes dos assuntos? Será que estão nos jornais? Nas sínteses primeiras que aparecem no Google?... Será que nessa correria não há uma necessidade pessoal e político-educacional que possa inverter essa situação e multiplicar espíritos livres, influenciáveis sim, mas abertos a novas construções, que executem o caminho ao aprofundamento dialógico e integrativo em oposição aos dados fragmentados, e retome o respeito ao saber, a ponderação amadurecida, de modo que todos sejam respeitados em seu próprio contexto na condição de seres transcendentes de si mesmos ainda que estejam inseridos e contados como massa de manobra do informativo tempo "righttech"? É possível equilibrar o funcional e o humano saber para nosso bem. Isso é necessário.
Uma pessoa disse - "Seguir a onda gera menos atritos internos, não quero me decepcionar, prefiro a ilusão, combina mais com os sonhos produzidos que tanto desejo, sou um humano produto, me ensinaram para onde devo ir, descobrir pra quê? Essa é minha coerência. Tenho mais prazer assim, isso não é mediocridade, isso é a minha vida, estou bem assim, não acho que nem meus médicos tenham razão que o meu estilo de vida cheia de estresse e doses de prazer possam me levar um infarto fulminante aos 35. Tudo é mi mi mi, blá blá blá, vou perder meu tempo com isso!?." Fato, infartou aos 29 anos, sorte, estava no plantão do hospital. Entre algumas sequelas irreversíveis, a pior de todas, continuou um humano produto, sem transcendência de si mesmo, um dócil corpo que de tudo sabia um pouco.
Este modo de estar na vida é uma liberdade? É uma autonomia na aquisição e desenvolvimento do saber e da própria humanidade? Seria essa tendência uma nova escravidão agora regada de sonhos e doses de momentâneos prazeres a inflar o ego? Pode haver uma real satisfação assim? Estamos condenados a infelicidade pessoal e social? Pode haver integração e liberdade se indiretamente negamos de algum modo aquilo herdamos da humanidade para nos tornamos esse fato: articuladores de dados terceirizados. Que novo obscurantismo é esse que assombra esse tempo? Tanto na vida pessoal quanto na esfera política, esse cultivo do raso pensar segue produzindo seus efeitos, um fato debaixo dos narizes, um estado normótico que se multiplica numa realidade outrora inexistente.
Um falecido mestre, um dia escreveu a seguinte pergunta: Para onde vamos? Esse homem foi um estudioso da ética e da moral e os efeitos dos avanços tecnológicos. Por memória dele escrevi este texto. Sendo grato, pois ele foi um dos que me motivaram a pesquisa e ao livre pensar pelo busca do próprio saber, Outro mestre mostrou-me que o saber se dá em contínua construção, algo consolador, pois isso inclui o erro. Outro revelou e demonstrou que cada ideia, uma vez emitida em contato ao outro, não pertenceriam mais a mim, mas as interpretações. Entre essas interpretações, umas serão mais fidedignas outras contorcidas, outras totalmente equivocadas. Só espero que não terceirizadas "kkkkkkk", há grave mal nisso... Mas assim como um dos mestres fez uma pergunta, quero também escrever uma pergunta, o que faremos se estamos iniciados numa busca de um saber que gere espíritos livres? Toda essa realidade revela que há muito a fazer.
                                                                                                                              (L.Vasconcellos.47)

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Ao alcance de todos I - Bom senso x Consenso

Ao alcance de todos I - Bom senso x Consenso

O Senso se refere à capacidade de entender e julgar, ou seja, é uma característica e qualidade de quem é sensato e prudente.
O Bom senso pressupõe um juízo ou entendimento qualificado, com uma abrangência que lhe faz menos suscetível ao erro e independente do consenso.
O Consenso é um resultado quantitativo, se dá pela concordância ou uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças etc., da maioria ou da totalidade de membros de uma coletividade.

Exemplos:
1. "Um líder democrático, ainda que em bom senso, deve se submeter ao consenso de seu parlamento. Caso contrário será um totalitário.
2. Um sábio em seu bom senso defendeu um injustiçado, contudo, por contrariar o consenso dos iníquos, este foi condenado como comparsa.
3. Em um regime totalitarista, se todos os homens tivessem bom senso, seu líder necessariamente agiria democraticamente. Portanto, o nome do regime deste utópico estado poderia ser qualquer outro, pois de novo iria prevalecer o espírito democrático.
4. Em cada humano o senso é peculiar, pois há um conjunto de variações, acontecimentos e influências que irão determinar sua capacidade de entender e julgar. O humano, nesse sentido, está mais propenso ao erro porque não lhe possível a onisciência, sua pretensa consciência é o todo que lhe cabe na graça do aprendizado, capacidade de distinção e coerência entre seus signos simbólicos e as forças (leis) da natureza.
5. Não importa o regime, um lider será amado pelo povo ao bajular seus ouvidos, suas crenças e convicções..."
(L.Vasconcellos.39)

Leitura recomendada:
O Príncipe (Nícolau Maquiavel)