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quarta-feira, 10 de junho de 2020

Ep.0 - O Pensar considerando - Apresentação


                             Se preferir escute o podcast aqui:
                             


  1. Olá, eu sou Luciano Vasconcellos, estudei filosofia e teologia, vivenciei de perto a espiritualidade franciscana entre os frades menores conventuais. Nesse período, tive a alegria de experimentar o espírito do conhecimento como uma dimensão devocional. Tudo se encaixava como uma luva com meus anseios dos tempos de criança e as lembranças de olhar para estrelas... eram tantos pontos de luz..., Com a vida franciscana, veio a oportunidade de ouvir e compartilhar experiências de luzes e sombras de tantas e tantas pessoas. Concretamente, a alma humana ia se apresentando a mim com sua pluralidade de sentidos, cada experiência era um conjunto de relações explicitando dores e alegrias, mundos se descortinando. Os problemas, os estados, as circunstâncias, as mentalidades e as alternativas destas pessoas ou meus se tornavam vias de possibilidades do devir.

  1. Entre eles, também pude experimentar um peculiar ambiente de debates, foram muitas querelas que desafiaram e amadureceram convicções enquanto afiavam as lâminas do pensamento. Era um ambiente formativo para a vida, que evocava a outras percepções, tudo era estimulante ao desenvolvimento e plasticidades da mente. A singularidade daquele estilo de vida era internamente plural, com pessoas de diversas culturas sob a aspiração poética inerente àquela espiritualidade. Afinal, pude observar, que as querelas sempre fizeram parte da vida franciscana compondo um sentido sustentado por uma base amorosa, onde se crê que tudo é uma oferta da graça.  Nesse sentido era presente uma adesão a um tipo de rigor intelectual vivido, em tudo estava escrito os sinais do Divino...

  1. A Intelectualidade devocional franciscana foi um segundo portal de aprofundamentos  em perfeita concomitância com a academia. O diferencial era que na vida conventual, tudo acontecia de modo natural, fazia parte do dia a dia, da cozinha, da mesa do jantar... Graças a velha disputatio, como faziam os mestres medievais do século XIII, as questões de hoje eram enfrentadas com o mesmo espírito. Eu adorava vivenciar as argumentações e ouvir os ensaios que saíam dos corações.

  1.  Havia momentos em que, alguns ânimos se alteravam nos tropeços das paixões, das certezas assumidas sem muitos mais, era a hora de pegar a si mesmo, permitir-se confrontar e, direcionar-se  a uma imparcialidade para superar a vaidade da certeza, ou se fechar. Mas aquela circunstâncias, em si  faziam com que a porta ficasse aberta, até mesmo para os espíritos dados a teimosia, o quais sofriam pouco ou muito.. Porém dali, inevitavelmente, contemplava -se vestígios de outros horizontes, isso não tinha preço pra quem tinha sede de conhecer.  As divergências, ainda que fossem incômodas, aguçavam uma unidade no caminho de um processo de amadurecimento, e volta e meia as questões em aberto eram retomadas. Era um ambiente  de um grande exercício do pensar. Divergências, acertos, ponderações eram reais motivações para conhecer mais e mais. Eu via isso com bons olhos, o que trouxe-me libertações. E o mais legal! Entre bate papos e bate papos, havia uma sede de fundamentações que posso afirmar que até mais rigorosos do que a academia, pois os sentidos da vida estavam em jogo. Isto por si só traz uma mensagem ao mundo..

  1.  Sem dúvida, os conteúdos e a vida na academia promovem o desenvolvimento de um pensar amadurecido, mas decididamente, não lhe é uma exclusividade. O  cotidiano daquela vida franciscana testemunhava outra realidade, vivia-se na pele o estímulo ao desenvolvimento intelectual e a consciência dos sentidos da vida, não bastava a memorização de conteúdos e bons resultados nas atividades acadêmicas ou uma excelente erudição do legado, era preciso saber articular… Muitos ali aprenderam a pensar sobre o legado e a relação com dados atuais, estávamos mentalmente vivos, extrapolávamos “programações”....

  1. Esta vivência na prática trouxe-me a compreensão de que o desenvolvimento formativo, a transmissão e a produção do conhecimento, incluindo todos os níveis, não deve ser uma exclusividade da acadêmia,  mas, sim, algo que lhe é constitutivo como guarda, proliferação e produção de saberes.  A primazia é do pensar presente em cada indivíduo, ele funda e transpassa a academia, como qualquer outro setor da sociedade, a maturidade do pensar não pertence a ela como pode parecer. A formação humana é um processo contínuo intersectando tudo que se concebe e produz, tanto material quanto cultural. O pensar é presente no dia a dia do Homo sapiens sapiens, o Pensar Considerando nasce desta consciência “con-sentida”, e  expressa uma experiência pessoal que desejo compartilhar com denominação.

  1. Olhando ainda mais para trás,  tudo começa com as dádivas dos estímulos, primeiro  na infância. Os livros da estante de casa, brincaram muito comigo, foram muitos informes das coletâneas como “Tesouro da Juventude”, Barsa e Life, quantas e quantas horas trago na memória, eu e aqueles livros sendo revirados a cada curiosidade, algumas vezes causadas pelas conversas dos adultos, a cada descoberta que eu admirava... Hoje, sem esquecer dos livros, continuo abrindo o Google, basta uma dúvida, e o mundo virtual está aí a nos servir.. 

  1. Dando um pulo, na fase adulta, nas experiências da vida vieram o curso de filosofia, o de teologia,  e a querida filosofia clínica, que considero uma vanguarda que dirrime preconceitos, vindo adornar a motivação do exercício do livre pensar que denomino como pensar considerando. Pois trata-se de um querer conhecer a partir das relações, um acontecer com ciência  e percepção acolhedora dos sentidos, seja dos corpos quanto das almas e seus anseios, para que na finitude humana possa servir-se na mesa dos signos, significados e ressignificados, do permanente ao  criativo… Vai por aí! Portanto pensar considerando serve-se da academia, das  culturas, do cotidiano, dos acontecimentos, das idéias, dos sentimentos, dos encontros e das interseções.  É um modo de articular e transitar entre o que está expresso e a independência de acolher, manter, aprimorar e até superar os sentidos, sob o foco de uma sobriedade entre o que se conserva e o que progride. Entre erros e acertos do caminho que a meta seja sempre por uma ética de um livre pensar sem enclausuramentos de preconceitos, mas acolhedora das diversas modalidades de ser e suas expressões desde que respeitem as outras existências e manifestações como garantia de si e das outras. Nesse sentido, pensar considerando é uma abertura ao cocriativo que não cessa, é um por-se  na dimensão de um pensar inclusivo, que distingue mas não exclui… Faz escolhas sem destruir. Em pensar considerando uma identidade só existe por razão da diferença, entendendo a diversidade como a possibilidade do essencial, não acolhê-la é negar  o que viabiliza o reconhecimento e a expressão da própria identidade…  Algo para reflexão atual, uma vez que o identitarismo excludente, é uma das causas de sofrimentos numa conjuntura coletiva atual... Inconsequentemente,  reduzem a realidade e as idéias em suas visões de mundo etnocêntricas, assim desrespeitam a complexidade e conhecimentos que ultrapassam seus muros. 

  1. Pensar Considerando também é um modo de refletir acolhedor das artes, da ciências, das religiões e de tantas, e tantas outras expressões singulares da beleza humana, entre cores,  sombras e luzes, dores e alegrias, todas elas estão permeadas de busca e criação de sentidos. A rigor, não é possível, pensar considerando sem apreender os sentidos do que se quer pensar, sem isso não há consideração, não se vê estrelas brilhando, e sem as luzes, nada há do que trevas.  Pensar Considerando, é uma atitude ética do pensamento que não se fecha em si mesmo, admite sistemas, mas apenas como fragmentos da totalidade, sempre parcialmente apreendida. 

  1. Convido você a participar desta perspectiva. venha trilhar comigo, acompanhe este podcast, Contribua com seu olhar, e se possível seja um apoiador desta iniciativa. O desejo é multiplicar horizontes para um mundo responsável e acolhedor! Iremos compartilhar e receber! Vem aí uma série de questões, reflexões, leituras, entrevistas, espiritualidade, ciência e arte. E contamos com sua participação.

  1. Fiquemos mentalmente Vivos!

  1. Seja muito Bem vindo!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O tempo das Informações Terceirizadas - o raso pensar é real?

     .                                                               Quando não se sabe das influências recebidas e o que se gera de influências, o indivíduo se encontra condenado a inconsciência da realidade vivida.

Tristemente, poucos entenderão, algo falta!
Quando um candidato decide, não participar de um debate político, num determinado caso, é sem dúvida a melhor estratégia política quando se tem a maioria da opinião pública do seu lado.
Segundo o olhares populares, de onde se pode descrever que há duas compreensões figurativas no atual momento do Brasil, temos de um lado, um "endeusado grandioso" e do outro um demonizado "representando um ex-grandioso" em explicita oposição. Interessante como ponto comum, parece que ambos leram e entenderam os clássicos da humanidade que tratam de como buscar, gerenciar e manter o PODER, ou tem em comum a pura sorte carismática, ou o mais provável - tem uma assessoria de profissionais. Mas isso é apenas um ponto inspirador para tratar de um fenômeno que engloba a meu ver, inevitavelmente, a todos do século XXI.
Em prol do entendimento, começo com uma pergunta, qual será a estatística entre o povo brasileiro dos que leram e entenderam ao menos algo da obra, O Príncipe de Maquiavel? Quantos sabem da existência de um pequeno e lúcido livro como o Breviário dos Políticos do Cardeal Mazarin? Imagina, se agora, com tantas influências de dogmas religiosos no legislativo se ao menos ouviram falar dos conceitos de Poder Temporal e o Poder Espiritual segundo o "rebelde católico", Guilherme de Occam, o qual nesse quesito influenciou leitores nada menos que os pais do protestantismo? Todos esses conteúdos são saberes agora dissolvidos como ferramentas para manobras por muitos profissionais competentes. Incrível como em 2018 os corpos sejam e se mantem tão doceis, plena era de livre acesso as informações onde o indivíduo pode se sentir livre e com uma infalível capacidade certeira de opinião. Que produto somos? Quem somos como filhos do próprio tempo?
Testemunho essa realidade. Por acaso, você que lê este texto, já leu ou entendeu algo daquelas obras? Podem ser distantes, mas ofertam profundidade. Mas o que é isso profundidade? Em acidental oposição a um atual tipo raso de pensar, útil e rápido que quantitativamente vem prevalecendo e trazendo uma sensação de que cada um de nós sabe bem de tudo, ao menos um pouco , traz uma satisfação sem precisar do ir pouco mais. Assim temos por consequência um mundo de pretensos sábios, todos se sentem sábios portadores de inúmeras informações, nada mais que isso. estamos num mundo em que a sagrada liberdade de expressão se confunde com um pseudo íntegro saber. O raso pensar se tornou uma normose (uma patologia da normalidade) definitivamente não temos todos as mesmas competências, nem no pensar de onde vem nossas livres expressões, quanta pretensão pensar o contrário, não somos oniscientes. Mas esse tempo, mais uma vez prova o quanto cada um de nós facilmente pode-se tomar por alienação.
Talvez, o dinheiro não seja mais o maior motivador de idolatrias, mas o raso pensar, quem sabe? Em efeito coletivo com certeza é. O raso pensar atual é como uma doença que se espalha, silenciosa, invisível, NÃO É FRUTO DA IGNORÂNCIA POR FALTA DE DADOS, se dá por efeito do excesso de informações fragmentadas, instrumentalizadas e articuladas, sobre a falsa sensação de verdade segue sobrepondo-se sobre a ausência de uma reflexão aprofundada (UMA ÓBVIA QUALIDADE HUMANA) que exige tempo. O dano é que este estimulado raso pensar, o que não acredito ser um projeto conspirador, mas uma seguela do próprio tempo, inevitavelmente, segue gerando seus efeitos nas pessoas e na sociedade.
Parece que este raso pensar, em alguma esfera é um dado comum a todos nós, tornando-nos todos em
autoridades que não se dão conta de seu comando influenciador, um mundo onde os excessos de informações entre "fakes" e "truths" se misturam sobrepondo a um saber evolutivo, e portanto, em contínua construção. Um mundo onde se compra e vende informações via terceirização, onde muitos apenas reproduzem um mesmo, ou seja, alguém pensou primeiro por você, opinou primeiro por nós, e o resultado segue se desdobrando sem uma tomada de consciência, e sem essa ciência não há crítica. Nesse caso, os sentidos e compreensões estarão na maioria das vezes camufladamente predeterminados, não escapando nem os intelectuais, salvo suas especialidades e exceções, afinal a alma humana tem suas imprevisibilidades e que bom! Mas o fenômeno dos consumidores de informação seguem influenciados por ideias que alguém às sintetizou por ele, por mim, por nós. Onde está o filtro?
De algum modo, somos todos vitimizados ao efeito das "terceirizações bombardeando informes" amplificando o raso pensar. Esse fato, me faz pensar que assim se criou um novo tipo de massa de manobra, a dos bem informados, definitivamente não são ignorantes, mas provam que uma cultura de informação ainda é insuficiente ao espírito critico, discernente ao bom senso. Considerando isso uma constatação, torna-se compreensível as mil teorias de conspiração pseudo-fundamentadas a cada instante contrariando os fatos da historicidade. Todas essas falsas teorias estão manqueadas de lógicas e muita inteligência. Fato muito grave, pois estas só se mantem por efeito de crenças em equívocos sentidos como verdade e multiplicados por sensacionalismos nas redes de comunicação, o que justificam qualquer adesão pessoal e a integridade de caráter individual delimitado por sua própria realidade.
Vivemos um banquete de informações, onde vários atributos humanos são os convidados. Antagonicamente, entre os convidados, em posição de destaque os gêmeos, o Mal e o Bem estão se servindo na mesma mesa do banquete da Inteligência, e o ditado popular: "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come" é a descrição perfeita desse dilema experimentado em nossa sociedade, um fenômeno que perpassa a vida de todos, explicitado como nunca na esfera das atuais campanhas políticas pelo mundo, mais que uma precisa ressonância, nas redes sociais têm-se tudo explicitado, conflitos, crenças e opiniões que revelam uma expressão quantitativa do raso pensar, um efeito das bases da mentalidade que caracteriza o tempo atual. Mas há esperança, pois nesta mesma mesa ainda há um lugares reservados para outros importantes personagens. Entre tais, há um convidado mais rebelde, tanto para o Bem quanto para o Mal, o Discernimento está a porta e parece ter fome. No momento apenas bate a porta, enquanto visualiza suas denúncias pelo olhar de fora, mas quer entrar. Os outros convidados, torcem pra que sua irmã, Prudência esteja junto dele, pois senão a briga será muito feia. Toda briga tende a consequências ruins para todos os lados. Mas de qualquer modo, na mesa da Inteligência estão todas as nossas possibilidades concretas de realizações e transcendência sobre o efeitos das fontes do raso pensar que seguem escravizando Astúcia em sua própria cama, a qual sempre gostou de implicar com a Liberdade. Nessa história podemos ser um porta aberta ou trancada. A escolha é nossa.
O mal do raso pensar é que ele se dá na humanidade sem culpa, sem percepção imediata, o meio naturalizado por esta cultura direciona estimula as mentes instituindo e alimentando o raso pensar. Este em sua natureza exclui a necessidade de aprofundamento que estaria na contramão do estilo de vida atual na sua exigência de eficácia de produção. Aprofundar, sair da superficialidade exige tempo, tornou-se de novo ociosidade, mera curiosidade, longe de gerar pessoas com mentalidades autônomas, precisa-se de gente funcional, esta é meta, o humano não se reduz ao funcional. Aprofundar não é prático, não é rápido, e tempo é dinheiro, pra que engrandecer a alma? Onde está o tempo e a disponibilidade ao livre empenho em direção as raízes dos assuntos? Será que estão nos jornais? Nas sínteses primeiras que aparecem no Google?... Será que nessa correria não há uma necessidade pessoal e político-educacional que possa inverter essa situação e multiplicar espíritos livres, influenciáveis sim, mas abertos a novas construções, que executem o caminho ao aprofundamento dialógico e integrativo em oposição aos dados fragmentados, e retome o respeito ao saber, a ponderação amadurecida, de modo que todos sejam respeitados em seu próprio contexto na condição de seres transcendentes de si mesmos ainda que estejam inseridos e contados como massa de manobra do informativo tempo "righttech"? É possível equilibrar o funcional e o humano saber para nosso bem. Isso é necessário.
Uma pessoa disse - "Seguir a onda gera menos atritos internos, não quero me decepcionar, prefiro a ilusão, combina mais com os sonhos produzidos que tanto desejo, sou um humano produto, me ensinaram para onde devo ir, descobrir pra quê? Essa é minha coerência. Tenho mais prazer assim, isso não é mediocridade, isso é a minha vida, estou bem assim, não acho que nem meus médicos tenham razão que o meu estilo de vida cheia de estresse e doses de prazer possam me levar um infarto fulminante aos 35. Tudo é mi mi mi, blá blá blá, vou perder meu tempo com isso!?." Fato, infartou aos 29 anos, sorte, estava no plantão do hospital. Entre algumas sequelas irreversíveis, a pior de todas, continuou um humano produto, sem transcendência de si mesmo, um dócil corpo que de tudo sabia um pouco.
Este modo de estar na vida é uma liberdade? É uma autonomia na aquisição e desenvolvimento do saber e da própria humanidade? Seria essa tendência uma nova escravidão agora regada de sonhos e doses de momentâneos prazeres a inflar o ego? Pode haver uma real satisfação assim? Estamos condenados a infelicidade pessoal e social? Pode haver integração e liberdade se indiretamente negamos de algum modo aquilo herdamos da humanidade para nos tornamos esse fato: articuladores de dados terceirizados. Que novo obscurantismo é esse que assombra esse tempo? Tanto na vida pessoal quanto na esfera política, esse cultivo do raso pensar segue produzindo seus efeitos, um fato debaixo dos narizes, um estado normótico que se multiplica numa realidade outrora inexistente.
Um falecido mestre, um dia escreveu a seguinte pergunta: Para onde vamos? Esse homem foi um estudioso da ética e da moral e os efeitos dos avanços tecnológicos. Por memória dele escrevi este texto. Sendo grato, pois ele foi um dos que me motivaram a pesquisa e ao livre pensar pelo busca do próprio saber, Outro mestre mostrou-me que o saber se dá em contínua construção, algo consolador, pois isso inclui o erro. Outro revelou e demonstrou que cada ideia, uma vez emitida em contato ao outro, não pertenceriam mais a mim, mas as interpretações. Entre essas interpretações, umas serão mais fidedignas outras contorcidas, outras totalmente equivocadas. Só espero que não terceirizadas "kkkkkkk", há grave mal nisso... Mas assim como um dos mestres fez uma pergunta, quero também escrever uma pergunta, o que faremos se estamos iniciados numa busca de um saber que gere espíritos livres? Toda essa realidade revela que há muito a fazer.
                                                                                                                              (L.Vasconcellos.47)

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Ao alcance de todos I - Bom senso x Consenso

Ao alcance de todos I - Bom senso x Consenso

O Senso se refere à capacidade de entender e julgar, ou seja, é uma característica e qualidade de quem é sensato e prudente.
O Bom senso pressupõe um juízo ou entendimento qualificado, com uma abrangência que lhe faz menos suscetível ao erro e independente do consenso.
O Consenso é um resultado quantitativo, se dá pela concordância ou uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças etc., da maioria ou da totalidade de membros de uma coletividade.

Exemplos:
1. "Um líder democrático, ainda que em bom senso, deve se submeter ao consenso de seu parlamento. Caso contrário será um totalitário.
2. Um sábio em seu bom senso defendeu um injustiçado, contudo, por contrariar o consenso dos iníquos, este foi condenado como comparsa.
3. Em um regime totalitarista, se todos os homens tivessem bom senso, seu líder necessariamente agiria democraticamente. Portanto, o nome do regime deste utópico estado poderia ser qualquer outro, pois de novo iria prevalecer o espírito democrático.
4. Em cada humano o senso é peculiar, pois há um conjunto de variações, acontecimentos e influências que irão determinar sua capacidade de entender e julgar. O humano, nesse sentido, está mais propenso ao erro porque não lhe possível a onisciência, sua pretensa consciência é o todo que lhe cabe na graça do aprendizado, capacidade de distinção e coerência entre seus signos simbólicos e as forças (leis) da natureza.
5. Não importa o regime, um lider será amado pelo povo ao bajular seus ouvidos, suas crenças e convicções..."
(L.Vasconcellos.39)

Leitura recomendada:
O Príncipe (Nícolau Maquiavel)

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

ÉTICA, FÉ E O ESSENCIAL PARA TODOS OS TEMPOS


ÉTICA, FÉ E O ESSENCIAL PARA TODOS OS TEMPOS 

Um puxão de orelha em tempos políticos!                                                                                 


Que vaidade é essa? Achar que Deus já te escolheu um candidato. Será que julgas Deus um manipulador inconsequente ou és inocente demais? Ainda não amadureceu o seu pensar  como espírito adulto? Caso não, há na fé legada pelas escrituras esperança, pois a vontade divina é pedagógica, sempre opta primeiro em ser amorosa e acolhedora. Sempre em sua iniciativa divina, mediou por meio de seus inspirados profetas. Na boca de Jesus emerge a luz: “deixai que as crianças venham a mim”, não pense que está frase é apenas uma descrição literal, simplista. Os evangelhos não são reducionismos de aspectos históricos como mostram ignorantes discursos ainda que permeados de ótimas intenções. As sagradas escrituras em seu conjunto geram por sua natureza uma linguagem teológica, abrangente, simbólica, e por isso, a frase de Jesus não se aplica somente aos “pequeninos, mas também aos fisicamente adultos que precisam desenvolver-se em espírito.  Deus, em Jesus expressa-se carinhoso na expressão pequeninos! Essa já é.uma linguagem simbólica...
Deus, o todo poderoso, segundo a tradição judaico-cristã não está submetido a arrogância e a finitude influenciável de nós criaturas humanas, inclinados à lógica da busca do poder, um encantamento ou patologia de uma certeza cega forjada  na insistência de manter um "coração de pedra", transformando expectativas, mentiras e disse-me-disses em verdades que no contexto da comunicação digital plural e sem métricas todos tem vez aquém de uma ética . Quanto o dar-se dos fatos, saiba que a permissão de Deus para que algo ocorra difere que esta ocorrência seja algo de Sua Vontade. Responsabilizá-lo também é uma infantilidade do humano que esquiva de sua autônkma responsabilidade.
 Aos olhos e coração da fé legada, Deus pode chamar (inspirar) ao serviço da construção deum mundo bom e justo,  até o mais corrupto ou o mais justo para um bem maior. Ainda que paradoxal, isto faz parte da abragência do legado desta fé. Afinal seu "Espírito Santo, sopra onde quer e quando Ele quer". Crentes, são apenas humanos sujeitos a cegar-se ou perder-se em pensamentos ou atitudes hipócritas, e por isso convêm evitar esta torpe manipulação de Deus tão comum nesta era que negligencia a orientação: "não usarás seu santo nome em vão". Cabe urgentemente a cada consciência perguntar: O que está fazendo, filho (a) de Deus? Não entendeu que ensina as escrituras ou só vez e escutas aquilo que lhe convem? Nas escrituras vemos um "Deus que não faz acepção de pessoas", um Deus que em Jesus diz: "não vim para os sãos", "devemos amar os inimigos". Esta difícil máxima do cristianismo revela-nos que a lógica de Deus ultrapassa a nossa, que na busca de fidelidade muitas vezes reduz o caminho a Deus aos ecessos do moralismo, quando isto acontece, a chance de aproximar de uma autêntica fidelidade segundo uma ética de Jesus esvai-se. A ética de Jesus e bem maior que, o que alguns entendem de moral e bons costumes, privipalmente quando a defesas destas geram mais sofrimento do que libertação. A ética de Jesus funda uma moral e não o contrário, não esqueçam do radicalismo de certos fariseus, muitos não deviam abraçar tal finitude.
Jesus na cruz, um inocente condenado sob pressão de por uma massa de pessoas diz, "Pai, perdoa-lhes não sabem o que fazem". Tudo indica que entre estes estavam os doutores da lei, incitadores do povo. Ou seja o que sabiam não foi o suficiente para acolher ou perdoar aquele que ekes julgaram ser contra o que acreditavam. Não viram Deus em Jesus, viram apenas um blasfemador, uma ameaça a sua sobrevivência diante o império romano. Afinal não viram em Jesus uma aversão a violência  antes prefere entregar-se ao destino que lhe toca, apresentando a outra face que tanto encantou os primeiros cristãos.
Diante de tudo que vem acontecendo, convém expressar de novo: Meu Deus, meu Deus! Será que sabemos o que fazemos? Na arrogância, diabo de uma pseudo justiça, teremos certeza que sabemos claramente sobre nossas escolhas ou temos e somos levados por uma evidência do "cão"  sob incitantes postagens repetiticamente comoartilhas sem escrúpulos - infelizmente a mente convicta se sujeita ao agrado das próprias mentiras. Humildade e ponderação tem passado longe depois da libertinagem dita por alguns como mídias independentes! E destas ações impulsivas e inconsequentes, que consequências virão? Não serão só as ilusões presentes. 
Aos olhos da fé tradicional, aquele ou aquela que Deus escolher há de ser ou não um servo ou serva na construção do seu Reino de paz e justiça? Os seus meios serão justos? Tratará a todos sem acepção de pessoas mediada pela idéia de uma representatividade em comum? Será que se sentirá ou será tratado e amado como um deus na silenciosa idolatria de conchavos ideológicos de falsos profetas?
 Um profeta do passado se nos visitasse em nosso tempo talvez deixasse um recado:
 Afinal não vês que Deus “faz o Sol nascer para bons e maus”. Por quê muitos em sua atitudes negligenciam a orientação: "Sede como do vosso Pai do céu é" diz Jesus. Deus é justo, bom e compassivo. A lógica de Deus não é a lógica Forense. É muito mais, é a lógica da graça. Capaz de tornar um asassino de cristãos em um mensageiro do amor, como fez com Paulo de Tarso. Porquê muitos negligenciam isto?
 Para que haja a lógica da graça, é preciso espaço para mudança interior, escutar a Deus para a superação das próprias vaidades, costumes e convicções que não passam construtos culurais temporários, invenções e projeções mentais. O bom é que, a fé transmitida pelas sagradas escrituras em sua pedagogia da revelação é maximizada e plena em Jesus ainda que por este reconhecida como limitada, outra verdade esquecida por muitis cristãos. Jesus é um humano fantástico, de certo modo, revela a esperança de Deus em cada um de nós, sem exceção, a todos há a possibilidade do amadurecer a cada dia. A divindade de Jesus é encarnada, aberta e criativa sem ninca se perder da ética do Amor do Pai. Então se espera que haja um processo de metanoia e não toda essa paranoia que se instaurou neste tempo. Converter todos os dias! Para a escuta e entendimento, senão, não há discernimento. Sem este, sobra histeria, paixões, danosas provocações desmedidas e muito mais...
Nesse momento e para muitos outros contextos, agora não se trata de levantar uma mão, aceitar ou não aceitar, ser julgado ou não, merecer o céu ou o inferno, fazer parte ou ter reconhecimento deste grupo ou dos outros, não se trata de crer ou não crer agora. Trata-se do que é essencial,  trata-se de ser ético, trata-se do pensar e agir em conformidade ao Espírito do Cristo. É preciso abraçar o seu querigma.
Nas redes sociais o desrespeito é um caos.  Ser cristão, significa também, empenho em ser ético como o evangelho mostra que foi Jesus. Se não é cristão, cabe ser ético por nossa condição humana, isto nos é comum, o paradoxo em Jesus é que no corpo da fé que predominou Jesus é Deus que assume a condição humana, isto é revolucionário quanto aos arquétipos de poder.
 A condição humana é o que nos une, todos tem as mesmas necessidades naturais, vivemos no mesmo mundo, na religião de Jesus é a historia de um Deus que  nesta condição humana, isto é um dogma do cristianismo, Deus quis ser humano, como mostra no livro de Filipenses, não dá para o cristão não saber disso e que isso é um dos dados essenciais de sua fé. Sem isso vai passar a vida de sua fé permeada de equívocos e embreaguez pelo poder sem.uma contraditória interna. Aí ferrou! Entenda por amor da humanidade, o que é ser ético, o que é o pensar e o sentir ético. A ética é a nossa única possibilidade real para crentes e não crentes serem coerentes com nós mesmos, com nossos semelhantes, enfim com a ordem do cosmos, a natureza, com o Bem, o “Sumo Bem,  A Plenitude do Bem” como dizia Francisco de Assis. É preciso entender que para nos movermos numa construção harmônica neste tempo, em qualquer campo, econômico, político, profissional, pessoal e etc, temos que ser éticos.
O Cristianismo em si, sempre foi mais que uma proposta, exige coerência com a vontade do Pai, e isto não se reduz ao cumprimento de leis e costumes, abrange estes aspectos e deve ultrapassá-los qyando a coerêmcua assim exigir. O que é uma ética interna. Parece que em todos os tempos estamos muito distantes desta coerência. Perguntar eticamente o que é uma atitude própria de um cristão é o mesmo que perguntar; o que é uma atitude própria do humano? É ser um manipulador da palavra ou dos acontecimentos a seu bel prazer? É ser um fariseu ou moralista atual que apenas repeti  normatividades ou costumes?  É ser um idólatra ou radical da lei e dos costumes impondo a conveniência daquilo que concebe egoicsmente como o melhor para mundo? Na ética de Jesus, que não precisa se opor a lei, mas ratifica-a, Jesus em atitudes e palavras mostra a ética como a razão da moral , a moral provém da ética. Num pleno sábado diante da fome dos seus, ainda que lei dos costumes proibisse,  Jesus ordena aos a colher as espigas e saciar a fome. O bom-senso de Jesus prevalece sobre a lei, sabe quando suspender um juízo e revela uma ética de discernimento frente a singularidades e circunstâncias, e nem por isso, transformou peculiaridades em regras, mas soube acolher e dinamizar de modo a sanar algo concreto, a fome. O filósofo Michel Foucault entendeu a cultura como produto do homem, logo o homem pode modificar a cultura, Jesus ao entrar na história, participa da cultura, mas revela-se que o homem é primaz em relação a lei (ainda que inspirada por Deus, é algo que se deu inserida numa cultura, em um determinado tempo), sendo esta circunstancial permeada historicidade, meio onde se dá a revelação. Um costume e uma cultura que merece respeito, mas não pode se impor sobre o que é essencial. É por isso que documentos da Igreja católica dhzem que is evangélhos nãk se reduzem a cultura, nisso cabe a todos os cristãos despertar para o que podemis classificar como valores perenes intrindicos a fé e a humanidade.
Daqui se conclui, exceções existem sim, e a ética é o fator que pode integrar, dirimir certis conflitos sem necessidade de colocar a todos numa forma. Afinal, costumamos a chamar a Deus de O Criador, que tal cocriamos no bom senso como Jesus, espaços e novas realidades, novas perspectivas de modo coerente. Um encontro com Jesus é um convite ao exercício de seu modo de amar, respeitar, aceitar e continuar convidando a todos para um caminho do bem. Que tal redescobrir a partir a humanidade de Jesus, o vigor da fidelidade em sua essência. As superficialidades da cultura em cada época são como maquiagens, trazem beleza, mas não são nada sem a verdadeira beleza, o rosto nu do humano.
Este tempo político, foi pesado, sem integração, ainda que cheio de verdadeiras boas intenções. Foi um tempo permeado de pontos cegos, imaginações e falsas verdades que para a ludibriamento e convencimentos se mesclam com parcislidades de autênticas verdades, daí só perdição e confusão. Por outro lado, a esperança e a participação foi um ponto forte de todos. Pena que houve falta de respeito as liberdades de pensamento, falta de discernimento de valores, rancores e outros males foi enorme, falta de escuta, falta de diálogo e má interpretação foi causa de muitas decepções e fonte de prejuizos. Contudo Deus pode mais! Todos somos irmãos na humanidade e toda criação. Empenhar no desenvolvimento de espíritos éticos é o que pode nos fazer uma nação mais unida. É o que pode torna cada um de nós melhores humanos.
Representantes de Deus, povo de Deus, evitemos usar Deus como justificativa de nossas escolhas de partidos, candidatos, sejamos coerentes e  responsáveis, não sejamos os juizes tomando o lugar de Deus, se lês as escrituras, sabes do que falo. Vamos resolver as coisas da terra, como da terra. Depois, cada um terá que acertar direto com o Pai, sejamos prudentes, não sejamis tomadores do lugar de Deus. Que tal viver a benevolência, o entendimento, a acolhida, o anúncio e principalmente o amor, tudo isso coincide com a ética humana de Jesus, só pode haver fidelidade se formos todos pelo caminho da ética. Plagiando o presbítero Antônio Vieira que disse  " a verdadeira política vem de Deus", digo – a verdadeira ética vem de Deus. Em nós a ética que vem de Deus faz-se presente, em todos os humanos, está essencialmente presente pelo Logos Spermatikos (semente do Verbo, e o Verbo é Jesus). Todo humano crente ou não crente tem acesso a esta ética. Portanto, pratiquemos o caminho ético. Havendo ética, qualquer sistema será mais justo e feliz em seus efeitos, comunismo, liberalismo, esquerda, direita, meia-a-meia, sei-lá!  Saiamos da noia, voltemos para o essencial.

Entre os presidenciáveis, que o eleito seja acolhido por todos em coerência à democracia. E os que fazem parte do corpo da fé, orem a seu modo, para que o eleito sinta-se chamado a ética, presente em todos nós, e assim representar a todos com dignidade e justiça. Os não crentes torçam, pensamento positivo, no final é uma atitude comum e ética integrante, entenderam também? 

Em memória a um dos maiores cristãos de todos os tempos, um dos maiores humanos, reconhecido pelo ateu, Freud como o homem integrado; segue um presente, uma oração, palavras que eram emitidas por  Francisco de Assis antes de qualquer atividade, aprendizado e discernimentos. Está oração revela a vontade e a coerência de um homem que foi plenamente se desenvolvendo, ético, inclusive não se amarrando quando necessário ao rompimento de normas e costumes, ou seja foi livremente ético:

“Oh! Glorioso Deus Altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira e  uma esperança firme. Dái-me Senhor o reto sentir e conhecer a fim de que eu possa cumprir o sagrado encargo que acabais de dar-me. Amém.”                                                             (Francisco de Assis)

O reconhecimento da finitude humana é o que mais falta aos tempos atuais, ainda que o sofrimento sistemicamente toque a todos, a vida hodierna impele-nos ao desejo de sucesso e prosperidade, nos impele a uma cega competição injusta pelo poder, riqueza e ditadura da beleza. Consumir tornou uma condição para uma vida pensada como digna e todos lutam por isso..." Tornamos-nos amantes da sensação de insuficiência. Infelizmente, todo hedonismo é insuficiente, olha-se mais para fora, vive-se para fora, enquanto o interno padece apesar de todo avanço dos conhecimentos da psicologia humana, da ciência e da transespiritualidade.

                                                                  (L. Vasconcellos.36)

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Os Sábios estão sem vez

"Um sábio depois de tanto estudar a alma humana, seguia aprendendo e ainda nada sabia. Ele descobriu como as convicções são capazes de cegar e aprendeu a ver seu próprio pensamento acontecendo, uma habilidade que ajudou a si e outros a si desenvolverem, mas parecia lhe que muitos não conseguiam por isso em prática. Mas continuava seu caminho de ofertas, continuava aprendendo, aprendeu que a dúvida pode ser boa, e muitas vezes em risos como louco, não tinha escrúpulos de duvidar algumas vezes de si mesmo, entendeu que a mente também mente. Em suas comtemplações observou que a mente faz preenchimentos para agradar a si, e assim também percebeu que os sentidos da alma também falham, assim como os do corpo, quando olhos se fixam num ponto cega-se para outros pontos.

E sábio ia seguindo seu caminho, mesmo sabendo de suas limitações, certas vezes em nome de sua sede de justiça, coisa boa como valor, às vezes caia em erros, julgamentos precipitados de pobres considerações, eram instantes de pobreza de espírito, era a hora do impulso não mediado, não meditado. Mas ele, no exercício da sabedoria, voltava atrás, continuava aprendendo, ora se entristecia pelas consequências das equívocas paixões que lhe pareceram nobres aquele momento. Ora se alegrava por mais um oportuno momento de apredizado, descobria a força das paixões exarcebadas em causas e questões imediatistas, não mediadas geralmente tendem a danos.
O sábio é como um grande espelho das tendências e vivências comuns a todos entre tantos devires e escolhas. Sua sabedoria tem raiz em conhecer a si mesmo na auteridade em relação com os outros, ele perceber-se no acontecendo, se exercita em não ser conduzido, prefere participar e esforça-se em não criar ou reforçar armadilhas de sentidos que se apresentam no caminho, mas mesmo assim falha, é apenas humano no diferencial do esforço para melhor discernir. Apenas isso!

Quantos de nós sofrem sem se dar conta sofrem armadilhas que se constituem numa estrutura de agrado da mente estagnida em suas conveniências? Quantos vivem, agem e pensam sob impulsos identitários de uma ideologia qualquer? Quantos são realmente espíritos livres e éticos? Afinal, o que é o homem bom? Onde está o ser humano integral em sua finitute? Certo é que o tempo não para, mas o ser para a morte tolamente vive como se esta condição fosse essa eterna e assim escolhe alienar-se do que importa...

Agora imagina, quantas pessoas amadurecidas compartilham seu precioso saber enquanto outros gratificantemente, consomem apetitosos lixos como se fosse o tudo de bom!

Agora imagina, quantos despertarão de suas crenças delimitantes, sentidas e ecolhidas como as verdades mais coerentes do mundo? Convicções forjadas em fechadas visões de mundo, alimentadas por segmentos etnocentricos ou identitários agregando apoio de pessoas que nesse caso sofrem num espaço de comodidade mental, espaço de uma alienação comovente que não se comunica para fora. Nesse agrupamento numa mentalidade onde não ha espaço para considerações, pois a mente segue convicta em suas manias de um mundo produzido e estagnado. Portanto, não haverá culpa, haverá apenas certeza, não tem como existir evidências de outras significações. Outros horizontes serão ameças descatáveis.

Todavia, para alguns que se envolvem num contexto deste tipo, cabe a compaixão sob o pressuposto de uma certa condição inocência ou ignorância. Se estes permanecem em uma privação de oportunidades e estímulos onde processo pessoal encontra-se até então estagnado a própria maturação.

Já outros que muito receberam, por teimosia, arrogância, preguiça mental, vil comodidade, mesquinhez, e outros atributos como mal caratismo, há de se questionar e responsabilizar.

Um sábio medieval, considerado uma pessoa sublime em inteligência emocional chamava pessoas com esse comportamento de irmãos moscas, ou seja pessoas que vivem somente pelos seus impulsos de alimentar seus "estômagos" se dando bem a partir dos esforços dos outros.

"Parece" coerente pensar que a humanidade por sua condição óbvia de sua natureza finita, deveria gerar um grau de humildade nos espíritos, deveria diminuir a arrogância e diminuir o apego às verbalidades inúteis. Mas, infelizmente, este é tempo onde a voz de conhecedores são sentidas por muitos como uma opinião qualquer e algumas vezes absurdamente subordinadas a subjetividades. Este contexto tornou-se uma mina de ouro para pervertidos "experts" que seguem forjando e alimentando uma extensa rede de massificação de opiniões, uma fábrica de idéias falsas, vendidas e camufladas de verdades são consumidas enquanto prenchem de vis sentidos a vida de muitos. Enquanto, os exploradores de almas seguem se dando bem.

Expertise não é crime, e como há os que se aderem, esses mentores seguem se beneficiando da fraqueza humana, sutilmente ou até escrachadamente, influenciam inúmeras mentes vendendo-lhes desejos por meio de gorjetas de satisfação viciante em suas esperanças, sendo lhes tutores de uma pretensa verdade, pretensas soluções, ampliando o espaço para insanas opiniões e eleição de heróis como se fossem solucionar todos os problemas. Pessoas comovidas por tais sistematizações de idéias, tendem a se perder numa dependência da existência desse mundo inventado, e não por uma maldade, mas por razão de suas esperanças, entram num movimento de reação, negando falas, idéias e projetos com propriedade e direito à saudaveis contraditórias, tão necessárias a prudência. Infelizmente isto está naturalizado no mundo atual.

Aí o que sobra é uma disputa por um espaço entre tolices, absurdas que distraem as orientações e decisões daquilo que se eve considerar prioritário ou essencial.

Somos uma sociedade, onde sábios de fato perderam seus espaços e funções, vivemos um caos social onde os cidadãosse apartam do conhecimento de suas legislações como alicerce igualitário e ordenador impessoal da ordem nacional, parece que nunca tivemos um bom senso, o consenso sempre a tranco e barrancos. E ultimamente, mais do que nunca as redes sociais se tornaram a nova e mais forte expressão da Babel, onde milhares dão credibilidade a mentira e inversão de valores perenes que garantem o desenvolvimento humano.

Basta um placebo de uma satisfação e a força técnica de convencimento não será questionada, enquanto se produz um consenso meramente numérico que determina o rumo de países, assim se caracteriza essa dominante força medíocre que determina o espaços políticos.

Que tempo é esse? Que parece que tudo quanto provir de sabedorias e ponderação deverá tornar-se uma resistência. Que tempo é esse? Onde todos podem se expressar e ninguém parecer ter a força da razão. Que silêncio é esse de tantas vozes de bem emitidos mas não auscutadas? E ainda assim, ainda podem alguma alegria porque compartilham e e se manifestam. Não basta poder se expressar, há de se querer querer mais...

Por outro lado, os convictos filhos da pós-verdade, irão legislar e governar nas vias demagógicas, apoiadas na crença quantitativa parcial que legetima uma represenção que se diz de todo povo, onde os símbolos nacionais e até mesmo Deus, numa idealização são insturmentalizados e adestrados absurdamente a um seguimento.

Esta realide que se concretiza, como traço da épocan é mais uma das prezas dos feitos humanos, mas neste contexto a esperança agora instrumentalizada deverá se converter diante das factualidades dos sofrimentos, e manter-se viva, pois da Babel sempre prevalece infelizes consequências, o choro chega de resultados que não são provindos de um acaso, mas um erro, de uma negligência.

Imaginem tivemos o museu nacional a queimar, a prova de um descaso estrutural, será que isso despertou algo? Será que erros assim se vertem em sabedorias, mas a que preço? O que nos falta? Serás tu sabedoria? Não seria muito melhor se o mundo das livres opiniões fossem elaboradas com pelo menos uma pitadinha de ética, sensibilidade, estímulo a reflexão e boas ponderações. Será que recebemos os estímulos certos? Nos passaram as lições certas?

Que situação! Se continuarmos como estamos, presos nesta roda de guerra de idéias entre lutas pelo poder político, eternizando nossa tradicional falha administrativa, será que em tempos de eleição no fundo expressamos apenas um histérico pedido de socorro e apostamos cegamente? Por quê passamos a admirar a arrogância pelo poder e autoafirmações? Até quando nos submeteremos a trocas de favores?

Até quando mentalidades onde não há espaço para provocações e plasticidade irão impedir o desenvolvimento?Até quando a opção pela comodidade e pelo que parece mais fácil será nossa escolha? Pelo jeito, estamos num tempo que até as pedras devem começar a gritar! Mas a boa escuta, a ação eficaz e a madura consideração parece que vai muito mal. Há muita falta com o caminho da sabedoria! Se não se assume erros, não se aprende com eles!

Somente pessoas que se dão conta do próprio tempo, das circunstâncias e tendências onde estão inseridas podem desenvolver-se no caminhos. Essa deve ser uma tarefa de todos, para cheguemos a um patarmar de um povo que pode discernir sempre melhor, um povo disposto a aprender com os erros, reconhecendo o papel de cada um na soma para todos, um povo que avalie a retidão política sob valores e razões de bem comum que estão acima de seguimentos como direita ou esquerda. temos que ter ciência que os lados devem se submeter ao que importa, há de se ter um mínimo de lucidez, atitudes e estratégias que nos protejam sempre, ainda que tenhamos que inventá-la. Isto seria ser um país abençoado por Deus como diz uma canção. Isto tem que ser nosso desejo, nosso fazer, nosso compromisso, até o fim, enquanto povo.

É preciso efetivar sábios líderes, onde seus defeitos pessoais não se sobreponham sobre o interesse comum. Se errarem mostrem-se dispostos e eficazes a concertar os erros que devem ser assumidos.
Infelizmente, estamos num tempo onde simpatia midiática se confunde com competência, onde o identitarismo organizado se tornou uma fabrica de inventadas verdades que dão muito lucro, portadores de saberes não tem a devida credibilidade e voz, mas eles estão por aí. Ao invés de reacionarismos é preciso voltar a escutar, perceber para melhor julgar... Saber articular acolhendo e unindo as diversidades. Não há vergonha nenhuma em tentar acertar, mesmo que dê errado.